A “subjetividade contemporânea”, a “feminização do mundo” e suas incidências sobre a feminilidade
Visualizar/ Abrir
Data
2018Autor
Castro, Mayra Coelho Monteiro de
xmlui.mirage2.itemSummaryView.MetaData
Mostrar registro completoResumo
A sociedade contemporânea está passando por mudanças e transformações bastante
contundentes. Verificamos, na atualidade, uma sociedade mais líquida e fluida em
comparação a sociedade moderna. Essa “fluidez” seria um fenômeno advindo do
multiculturalismo e da globalização, provocando mudanças na categoria espaço-tempo.
Essas mudanças incidem nas identidades, produzindo o seu deslocamento, das
referências patriarcais que lhes fixavam e lhes davam direção. Na transição da
modernidade para a sociedade contemporânea, por um lado tivemos o declínio dos
ideais patriarcais e, por outro lado, tivemos a ascensão do capitalismo de consumo. Esse
processo incide sobre as subjetividades, tornando-as mais fluidas e transitórias,
sobretudo sobre a subjetividade da mulher. Se na modernidade, a feminilidade era
equivalente à maternidade e a posição da mulher restrita ao lar; na sociedade
contemporânea, verificamos que houve um deslocamento dessa posição, e hoje
percebemos a feminilidade de forma fluida, múltipla e singular. Para que esses
deslocamentos na subjetividade da mulher sejam exemplificados, efetivou-se uma
análise documental, em duas fontes. Foram analisados 84 artigos do almanaque Eu sei
tudo, representando a sociedade moderna e 15 reportagens da revista contemporânea
Marie Claire, representando a mulher contemporânea. Essa fluidez é um fenômeno
observado tanto na sociedade, como foi verificado pelos estudiosos dos Estudos
Culturais, quanto pelo fenômeno “feminização do mundo” e na feminilidade, como foi
verificado com a psicanálise de orientação lacaniana. Advinda da queda dos ideais
patriarcais e da ascensão do objeto a ao Zênite social, conceito formalizado por Lacan,
demonstrando a fluidez nos processos de identificação das subjetividades
contemporâneas. Os efeitos da globalização sobre a sociedade, sobre as subjetividades e
sobre a feminilidade, apontaria para uma nova lógica, a lógica do “não todo” e um novo
modus operandis da sociedade incidindo na subjetividades e na feminilidade. The contemporary society is going through very blunt changes and transformations. We
have verified, nowadays, a more liquid and fluid society in comparison to the modern
society. This fluidity would be a phenomena coming from multiculturalism and
globalization causing changes in the space-time category. These changes happen onto
the identities, producing its dislocation, of the patriarchal references which fixated them
and gave them direction. In the transition from modernity to contemporary society, on
one hand we had the decrease of the patriarchal ideals, and on the other hand we had the
rise of capitalism of consumption. This process happens onto the subjectivities making
them more fluid and transitory above all the subjectivity of the woman. If in modernity,
femininity was equivalent to maternity and the position of the woman restricted to the
home, in the contemporary society we have verified that there has been a dislocation of
this position, and today we notice the femininity in a more fluid, multiple and singular
form. For these dislocations in the woman’s subjectivity to be exemplified, a
documental analysis was carried out in two sources, 84 articles from the Eu sei tudo
almanac were analyzed representing the modern society, and 15 articles from the
contemporary magazine Marie Claire, representing the contemporary woman. This
fluidity is a phenomenon observed in both, society as it has been verified the researches
of the Cultural Studies, and by the phenomenon of “feminization of the world” and in
femininity as it has been verified with psychanalysis of lacanian orientation. Coming
from the fall of the patriarchal ideals, and the rise of the object “a” to the social zenith, a
concept formalized by Lacan, showing the fluidity in the processes of contemporary
identification and subjectivity. The effects of globalization onto society, subjectivity
and femininity, would point towards a new logic, the logic of the “not everything” and a
new modus operandis of the society including the subjectivities and femininity.