A influência da autonomia organizacional no desempenho e no resultado
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Data
2015Autor
Nonaka, Tochio Takahashi
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As organizações buscam continuamente formas de melhorar o desempenho de seus processos
para maximizar resultados. Disponibilidade e diversidade caracterizam os estudos sobre
fatores que levam as organizações ao melhor desempenho, constructo de definição complexa,
multidisciplinar e multidimensional. Esta dissertação se propôs a estudar a aplicação da
autonomia como fator capaz de influenciar o desempenho e o resultado, tendo como
pressuposto básico a capacidade da autonomia de provocar outros comportamentos que
levariam a um melhor desempenho nas organizações. Apesar da diversidade de constructos
associados à autonomia, foram selecionados os quatro mais citados na literatura: a motivação,
o comprometimento, o individualismo e a autoeficácia. Para entender de que forma se
processa a autonomia nas organizações, foram elencadas como variáveis antecedentes da
autonomia: a existência de um ambiente organizacional em que a autonomia e o controle
convivem de forma harmônica e o estilo apoiador da autonomia do gestor. O modelo
hipotético posiciona a autonomia e o desempenho como variáveis centrais, que se relacionam
às demais variáveis de forma dependente ou independente. A pesquisa foi realizada através de
estudo de campo, em corte temporal instantâneo e aplicada em empresas do segmento
industrial e de serviços na região metropolitana de Belo Horizonte. Foram pesquisados
profissionais de áreas diversas que ocupam ou não cargos de gestores, sem restrição ao nível
de escolaridade. Com abordagem quantitativa e natureza descritiva, para coleta de dados foi
adotado questionário impresso com 70 itens, divididos em 10 constructos. Foi utilizada a
escala likert adaptada (1-10), em que quanto mais próximo de 10, mais os indivíduos
concordavam com o item avaliado. O questionário foi aplicado presencialmente, preservandose
a identificação dos respondentes e das organizações. Os resultados confirmaram as
hipóteses de que o ambiente da organização caracterizado pelo equilíbrio entre autonomia e
controle e o estilo apoiador da autonomia do gestor são condições necessárias para que as
pessoas vivenciem a autonomia. Tais conclusões sinalizam às organizações que adotar a
autonomia como fator impulsionador do desempenho vai além das políticas internas e dos
regulamentos, exigindo atenção às questões do ambiente interno da organização. Com relação
às hipóteses relacionadas aos fatores afetados pela autonomia, não se confirmou a relação que
a autonomia aumenta o individualismo, e com relação ao desempenho, não se confirmou a
relação que o comprometimento melhora o desempenho. O primeiro caso foi explicado
através do comportamento definido como autonomia reflexiva, em que o indivíduo, apesar de
autônomo, busca refletir e considerar a opinião de terceiros em sua decisão. O segundo caso
pode ser explicado pelo contexto da economia brasileira em que as empresas pesquisadas
estão reduzindo sua atividade econômica e demitindo pessoas. Pondera-se que, nesse
ambiente, a intenção das pessoas em permanecer na organização, comportamento
característico do comprometimento, assume novos contornos, uma vez que não depende mais
das pessoas sua permanência na organização. O modelo hipotético apresenta boa qualidade e
validade dos resultados apresentados, demonstrando que a autonomia pode ser uma
ferramenta importante para as organizações que, devidamente aplicada, pode afetar
significativamente os processos internos das organizações e melhorar o desempenho. Organizations have continuously pursuit best performance to improve their results. Several
researches regarding performance improvement are available since performance is complex,
multidisciplinary and multidimensional construct. This project proposed to investigate
autonomy as a factor that can influence performance and results. Basic principle was related
to idea that autonomy can promote other behavior that can affect positively organization
performance. Despite several constructs associated to autonomy, this project selected the top
four constructs listed by relevant researchers: motivation, commitment, individualism and
self-efficacy. To better understand how autonomy can be processed inside organizations, it
was selected two other constructs as autonomy antecedents: organization of balancing
between autonomy and control and autonomy supportive stile of managers. In hypothetic
model, autonomy and performance were positioned as main variables, with dependent or
independent relationship with another eight variables. This research is field survey,
longitudinal study and was performed in industries and services organizations located in Belo
Horizonte metropolitan region. Respondents were professionals of several business areas with
no restriction to their position and graduation level. With quantitative and descriptive
approach, data was collect through paper questionnaire with 70 statements classified in 10
constructs. It was adopted likert scale (1-10) where score close to 10 means the respondent
agreed to the statement. Data was collected by direct contact to respondents with no
identification to person in charge and respective organizations. Survey results confirmed the
hypothesis that environment of balancing between autonomy and control and autonomy
supportive style of manager are essential to provide autonomy condition. Those conclusions
indicated that promote autonomy inside organization not only refers to company policy or
internal procedures, but necessary conditions regarding organization environment are
required. Related to hypothesis related to constructs affected by autonomy, it was not
confirmed that autonomy affect individualism, and related to performance, it was not
confirmed that commitment affect performance. The first case was explained through
behavior defined as reflexive autonomy, when the person, even under autonomy status,
consider and effect about opinion of the third parties. About second case, the result was
explained through current economy recession once companies are firing people. In this sense,
it was considered that commitment, defined as intention to keep in the organization, is
strongly affected by the condition of firing workers. The hypothetic model demonstrated good
quality and validity of findings, showing that autonomy can be a key tool to organizations and
if appropriately applied can affect significantly their internal processes and promote
performance improve.