Doutor, por favor, não me informe: uma análise jurídica do conflito entre a expressa vontade do paciente em não ser informado sobre suas condições de saúde e o dever legal de informação do médico
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Data
2014Autor
Botteon, Lissandra Christine
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A Lei n. 8.078/90 e as normas do Código de Ética Médica estipulam a obrigação do
médico de informar ao paciente sobre o diagnóstico, prognóstico, terapias, riscos e
benefícios envolvidos no tratamento. Esse dever se sustenta em princípios como o
da boa-fé, dignidade da pessoa humana, na valorização dos direitos fundamentais
da saúde e da vida e, sobretudo, no princípio da autonomia, já que viabiliza ao
paciente amplidão de consciência e poder de autodeterminação. Ainda que todos os
pacientes sejam titulares do direito de informação, são todos também detentores do
direito de autodeterminação decorrente da autonomia da vontade. E como tal,
podem simplesmente não querer receber uma informação médica. Proceder à
informação compulsória, nesses casos, apenas para atender à letra da lei, traria
mais prejuízos que benefícios. É que a informação médica, por vezes, em razão da
gravidade do conteúdo, acaba por ser extremamente penosa, gerando angústia,
medo, revolta, tristeza e outros sentimentos que tendem a prejudicar o progresso
terapêutico e a recuperação do paciente, prejudicando, assim, a própria finalidade
do contrato consistente no empreendimento de esforços para se promover e
recuperar a saúde do enfermo. Verificou-se que inexiste norma no ordenamento
jurídico brasileiro que relativize o dever médico de informação e que assegure o
direito do paciente de ser mantido em ignorância a respeito de sua saúde. O médico
que omite uma informação a seu paciente está sujeito a sanções diversas. O
propósito deste trabalho foi buscar soluções, encontradas principalmente à luz da
principiologia jurídica, mormente no princípio da boa-fé, que pudessem auxiliar
médico e paciente a harmonizarem suas condutas e vontades sem temor de
descumprimento da lei. Para auxiliar nesse objetivo, foram apresentados alguns
exemplos de legislações estrangeiras, as quais se encontram avançadas no
assunto, demonstrando a necessidade de se elaborar norma específica sobre o
tema no Brasil. La loi n. 8.078/90 et les normes de déontologie médicale stipule l'obligation du
médecin d'informer le patient sur le diagnostic, le pronostic, le traitement, les risques
et les avantages impliqués dans le traitement. Cette obligation repose sur des
principes tels que la bonne foi, la dignité humaine, les droits fondamentaux dans
l'évaluation de la santé et de la vie, et en particulier le principe de l'autonomie, car
elle permet l'ampleur des patients de la conscience et de la puissance de l'autodétermination. Bien que tous les patients ont le droit de le droit à l'information sont
également tous les titulaires du droit à l'autodétermination résultant de l'autonomie
contractuelle. Et en tant que tel, peut tout simplement pas envie de recevoir des
informations médicales. Procéder à l'information obligatoire dans ces cas, juste pour
répondre à la lettre de la loi, apporterait plus de mal que de bien. Est-ce que
l'information médicale, parfois en raison de la gravité du contenu se révèle être
extrêmement douloureux, provoquant la détresse, la peur, la colère, la tristesse et
autres sentiments qui peuvent entraver le progrès thérapeutique et la guérison du
patient, ce qui endommage le objet même des contrats efforts de développement
cohérents pour promouvoir et rétablir la santé du patient. Il a été constaté qu'il
n'existe pas la norme dans la loi brésilienne qui relativise le devoir de médecin
d'informer et de garantir le droit du patient à être tenu dans l'ignorance de leur état de
santé. Le médecin qui omet une information à son patient est soumis à diverses
sanctions. Le but de cette étude était de rechercher des solutions, trouvés
principalement dans la lumière de principiologia juridique, en particulier le principe de
la bonne foi, ils pourraient aider les médecin et le patient à harmoniser leur
comportement et désirs sans crainte de violation de la loi. Pour aider à atteindre cet
objectif, des exemples de lois étrangères qui sont avancées dans le sujet et
démontrent la nécessité de développer règle spécifique sur le sujet au Brésil ont été
portées.