Fatores de pressão e Síndrome de Burnout em enfermeiros atuantes nas unidades de terapia intensiva adulta e pediátrica em Belo Horizonte/ Minas Gerais

Abstract

A saúde do empregado como resultado de uma existência saudável, equilibrada e harmônica é alvo de interesse nas empresas atuais. O estresse crônico ocupacional, denominado síndrome de Burnout também pode ser definido como o estado de esgotamento ou exaustão decorrente de grande esforço e dedicação ao trabalho, em que o indivíduo abdica ou deixa de lado suas próprias necessidades e sua prevenção é muito importante. O objetivo deste trabalho foi verificar se há incidência da Síndrome de Burnout em enfermeiros de unidades de terapia intensiva (UTI) adulta e pediátrica em Belo Horizonte/Minas Gerais e, caso positivo, em que grau. Trata-se de um estudo quantitativo do tipo transversal e de caráter descritivo. A coleta de dados ocorreu no período de agosto a setembro de 2012 onde foram aplicados três tipos de questionários relacionados à descrição das características dos pacientes atendidos, à detecção da Síndrome de Burnout, assim como dos Fatores de Pressão no Trabalho. A distribuição dos questionários ocorreu de forma não-probabilística, ou seja, intencional, embora aleatória, no sentido de que não se fez distinção quanto ao tipo de instituição, ou quanto ao seu porte. A presença da síndrome de Burnout e os fatores associados ao seu surgimento foram identificados por meio de testes estatísticos de hipóteses bilaterais, considerando nível de significância de 5% ( = 0,05). As variáveis contínuas (idade, tempo de trabalho na UTI) foram avaliadas por meio de teste t de student. Já as variáveis categóricas (sexo, estado civil, religião) estas foram analisadas por meio do exato de Fisher. Foram pesquisados neste estudo 85 profissionais e a taxa de incidência de enfermeiros com a Síndrome de Burnout foi de 6,0%. Em relação às suas características sócio - demográficas, todos os profissionais afetados por essa síndrome são do sexo feminino, pratica a religião católica como referência e são pós-graduados na área. A única variável funcional significativamente associada ao Burnout foi à variável contínua “Tempo de trabalho em UTI (anos)”. De acordo com as respostas observou-se que a média do tempo de serviço na UTI é de dois anos e três meses com desvio padrão de 1,0. O valor-p obtido foi de 0,048. Em relação aos Fatores de Pressão, 49% das respostas obtidas se referem a uma elevada pressão no trabalho e 29% a uma pressão muito elevada. Estes dados se tornam relevantes e indica que situações vivenciadas, hoje, no trabalho pelos Enfermeiros têm gerado fortes fatores de pressão, o que pode, com o tempo, resultar em estresse ocupacional crônico e dar origem à Síndrome de Burnout. Essa síndrome pode, assim, ser evitada, desde que a cultura da organização favoreça a execução de atividades preventivas do estresse crônico, a partir da atuação em equipes multidisciplinares, numa perspectiva de resgatar as características afetivas contidas no cotidiano de quem cuida.

The employee health as a result of a healthy existence, balanced and harmonic is the target of current interest in the companies. Chronic stress occupational called burnout syndrome can also be defined as the state of depletion or exhaustion due to great effort and dedication to work, in which the individual abdicates or puts aside their own needs and its prevention is very important. The objective of this study was to determine whether there is an incidence of burnout syndrome in nurses working in adult and pediatric intensive care in Belo Horizonte/Minas Gerais, and if so, to what degree. This is a quantitative study of cross-sectional and descriptive character. Data collection occurred from August to September 2012 where they were used three types of questionnaires related to the description of the characteristics of patients seen, the detection of Burnout Syndrome, as well as the factors Pressure at Work. The distribution of the questionnaires occurred in a nonprobabilistic, ie, intentional, although random, in the sense that no distinction is made as to the type of institution, or in their possession. The presence of burnout syndrome and factors associated with its occurrence were identified through statistical hypothesis testing bilateral considering a significance level of 5% ( = 0.05). Continuous variables (age, years of work in the UTI) were evaluated using Student's t test. Already categorical variables (gender, marital status, religion) they were analyzed by the Fisher exact test. We surveyed 85 professionals in this study and the incidence rate of nurses with burnout syndrome was 6.0%. Regarding their demographic characteristics members, all professionals affected by this syndrome are female, practicing the Catholic religion as a reference and are postgraduates in the area. The only variable significantly associated with functional Burnout was the continuous variable "working time in UTI (years)." According to the responses we observed that the average service time in the UTI is two years and three months with a standard deviation of 1.0. The p-value was obtained at 0.048. Regarding factors of pressure, 49% of replies refer to high pressure at work and 29% at a very high pressure. These data become relevant and indicates situations experienced today by nurses at work have generated strong pressure factors, which may, over time, result in chronic occupational stress and lead to burnout syndrome. This syndrome can thus be avoided, since the culture of the organization encourages the implementation of preventive activities of chronic stress, from work in multidisciplinary teams with a view to rescuing the affective characteristics contained in the daily caregivers.